O governo federal autorizou nesta quarta-feira (24), por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um programa de destilação de 40 milhões de litros de vinho da atual safra para corrigir os produtos a serem elaborados em 2011. A medida atende ao pleito das entidades representativas do setor vitivinícola brasileiro, preocupado em diminuir o estoque atual de 78 milhões de litros. O governo também estendeu até junho a permissão às vinícolas para negociarem 10 milhões de litros de vinho comercializados via leilões no ano passado. O limite anterior era novembro de 2009. “Estas iniciativas tiram a pressão sobre as empresas e os produtores, contribuindo para o melhor equilíbrio do setor”, afirma o diretor-executivo da Fecovinho (Federação das Cooperativas Vinícolas do RS), Hélio Marchioro, integrante do Conselho Deliberativo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho).
Na prática, 50 milhões de litros de vinho serão escoados com o auxílio do governo federal em 2010. “Estamos trabalhando para chegarmos no final do ano zerando os estoques excedentes de vinho”, prevê Marchioro. Para isso, diz ele, ainda são esperadas outras medidas por parte do governo federal, como a regulamentação da produção e venda de vinagre e a adoção do Selo Fiscal para vinhos nacionais e importados. “O governo está sendo bastante sensível aos nossos pedidos”, reconhece o dirigente.
Conforme o Ibravin, os leilões de escoamento da produção realizados em 2009 resultaram numa queda de 17,5% nos estoques de vinhos, que encerraram o ano em 258 milhões de litros, frente a 313 milhões de litros de 2008. “Se considerarmos um estoque de passagem de 180 milhões de litros, temos 78 milhões de litros sobrando”, informa o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani. Os estoques atuais foram formados devido ao aumento das importações de vinho nos últimos anos, especialmente vindo dos países do Mercosul.
Os 34 milhões de litros de vinho de mesa e os 6 milhões de litros de vinhos finos que serão destilados na atual safra substituirão o açúcar na correção dos produtos da próxima safra. Eles serão transformados em 5 milhões de litros de vinho destilado. A adição de álcool vínico é necessária quando algumas uvas (destinadas especialmente para vinhos de mesa) não atingem o teor de açúcar necessário. “A grande vantagem da operação é permitir que o excedente de safra que hoje deprecia os preços no mercado interno seja consumido e assim traga maior equilíbrio ao setor”, destaca Paviani.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ibravin/OAJ Comunicação & Marketing
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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